quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

OS LIMITES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

“Meu filho começou a chorar e eu via que não era sono, fome nem dor. Era só pirraça. Então eu disse que ele podia ficar chorando e fui para o quarto. Minutos depois, abri a porta e ele estava quietinho, sentado no chão do corredor. Quando me viu, começou a chorar novamente. Nesse momento, pude perceber o poder que ele tinha e que fazia aquilo para me atingir”. Este relato, a princípio ingênuo, serve para ilustrar o quanto delimitar limites é essencial na formação de toda criança. A idéia do limite auxilia para a compreensão do certo ou errado, do que se pode e do que não se pode fazer. Esta tarefa cabe ao adulto ensinar. Uma criança que cresce tendo tudo o que quer que nunca escuta um “não” se desenvolve sem conhecer seus deveres e seus direitos, sem saber respeitar o outro. Hoje, encontramos muitos pais que, sentindo-se culpados pelo pouco tempo que passam com seus filhos, buscam compensar esse sentimento satisfazendo a todas as suas vontades. Mesmo sendo verdade que a criança sinta a falta dos pais, não é preciso que as regras e o bom senso devam ser esquecidos. Os pais devem perceber que o importante é a qualidade do tempo que ficam com seus filhos e não a quantidade. Logicamente, não podemos deixar de falar da importância do papel da escola nessa formação. Ela lida com a criança durante horas, todos os dias, em diversas situações em que o limite se faz necessário tendo na orientação dos pais. Afinal, a educação é um processo complexo e que exige uma grande interação entre família e educadores. Mas, mesmo a escola tendo uma grande colaboração para a evolução desse processo, não podemos esquecer que a base da educação ainda é dada pelos pais. Se estes demonstram insegurança na hora de colocar o limite, ou não tem seus valores bem claros, a tendência é que seus filhos se comportem da mesma forma. Com tudo que foi dito faz-se necessário ressaltar que para os casos identificados, os responsáveis pela criança devem buscar ajuda de um psicólogo infantil ou de família para serem orientados devidamente sobre como lidar com o limite; até onde ir, como agir, como achar o equilíbrio? Ângela Costa Marques Psicóloga/Esp. Dificuldades de Aprendizagem

DEPRESSÃO INFANTIL


A depressão não faz distinção de classe, não observa limites de idade. E, hoje, já se admite que a depressão seja uma doença capaz de atingir também as crianças. Estudos indicam que filhos de pais com depressão apresentam um risco aumentado em três vezes de virem a apresentar a doença.
A depressão infantil pode manifestar-se como um atraso no desenvolvimento pondero-estatual (crescimento, ganho de peso e altura); regressão nas habilidades adquiridas, isto é, a criança voltaria a se comportar como se fosse mais nova; abandono de brinquedos favoritos; dificuldade de concentração, alterações no sono ou no apetite; a criança pode tornar-se agitada e barulhenta, ou, ao contrário, apática e quieta, isolando-se dos demais em casa ou na escola. Irritabilidade e agressividade são os principais sintomas da depressão infantil.
Pensamentos de inferioridade, inutilidade, culpa e auto recriminação são freqüentes. Geralmente, nesses casos, as crianças descrevem a si mesmas, de modo negativo, como: “eu sou bobo”, “eu sou uma menina ruim” ou” ninguém gosta de mim”.
Outra característica peculiar e a perda do rendimento escolar e a recusa em ir à escola, pois a escola esta para a criança assim como o trabalho esta para o adulto. Algumas vezes, as crianças passam a apresentar queixas físicas como: dor de barriga, dor de cabeça, etc. Dificultando ainda mais o diagnóstico.
Com o desenvolvimento da criança, as queixas somáticas (físicas) tendem a diminuir, aumentando as queixas psicológicas, além do surgimento de fatores agravantes, tais como: uso e abuso de álcool e drogas.
Termino dizendo que para os casos identificados, o melhor a fazer é procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra infantil, uma vez que a depressão não tratada pode trazer prejuízos sérios para o indivíduo no futuro.



Ângela Costa Marques
Esp. Dificuldades de Aprendizagem

APRENDER EXIGE TER AUTO-ESTIMA


O filho chega orgulhoso e cheio de si por ser elogiado pela professora e por seu trabalho ter sido escolhido para ser exposto no mural principal da escola. À noite, quando o pai chega do trabalho, recebe a notícia pelo filho e o elogia: “ótimo filho! Continue assim, com capricho você vai ser o primeiro aluno da classe!” E, completa dizendo que é assim que deve ser que vai ficar muito mais feliz ao saber que os próximos trabalhos também serão expostos. Esse pai estava certo de estar incentivando o filho e trabalhando sua auto-estima. Mas, na verdade a mensagem real emitida era: “não estou satisfeito, precisa melhorar. Vamos! Ultrapasse seus limites”.
Na tentativa de acertar, às vezes, os pais assumem uma postura movida por intenções destrutivas (inconscientes), não dando importância as pequenas experiências de vida de seus filhos, dando a impressão de que ele existe em um mundo incompreensível ou que a sua capacidade é insuficiente.
A auto-estima exige assertividade. Ela e o elo entre o gostar e o aprender, o sofrer e o aprender, o partir e o chegar, o perder e o achar, dando sentido a vida, sendo muito mais importante no processo de ensino-aprendizagem do que se imagina.
A auto-estima e quem direciona, comanda o homem, é o ponto de equilíbrio para nos sentirmos seguros em qualquer situação de nossas vidas.
A emoção esta para a razão assim como o prazer esta para o aprendizado, e, a auto-estima é a ferramenta que movimenta os estímulos para gerar bons resultados dessas relações. Por isso,a auto-estima é quem direciona, comanda o homem, é o ponto de equilíbrio para nos sentirmos seguros em qualquer situação de nossas vidas.
Entretanto faz-se necessário que para os casos identificados, os responsáveis pela criança ou adolescente devem buscar ajuda psicoterapia infanto-juvenil para serem orientados de forma adequada sobre como lidar com o problema.


Ângela Costa Marques
Psicóloga/Esp. Dificuldades de Aprendizagem