sexta-feira, 11 de junho de 2010

PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM – PAs




Mannoni (1999) afirma que o sujeito fala através do sintoma, com sinais de código pouco ou nada comunicáveis e esse código nunca é escolhido por acaso, apresentando sempre sentido e/ou sentidos. Assim, pode-se concluir que o problema de aprendizagem deve ser considerado como um sintoma, um sinal de descompensação. Existem muitos e são variados, como: orgânico, cognitivo, emocional, social e pedagógico. Desta forma, cada caso deve ser bem estudado e incluir na avaliação a família e escola. Eles podem ser causados por um ou mais desses aspectos, afinal o indivíduo é subjetivo e as diversas implicações do mundo externo atingem sua essência.

Muito se fala acerca desse e de outros problemas, mas, quanto às soluções, as que são usualmente aplicadas deixam muito a desejar. Os problemas de aprendizagem podem ser reparados quando se sabe o que fazer para melhorá-los.

O meio ambiente material do indivíduo está relacionado com as possibilidades reais que o meio lhe fornece, com a quantidade, com a qualidade, com a freqüência e com a abundância dos estímulos que constituem seu campo de aprendizagem habitual. Muitas vezes, a própria escola, com todas as suas fontes de tensão e ansiedade, desencadeia ou pode estar agravando as dificuldades na aprendizagem. Sobretudo porque é muito comum encontrar alunos com problemas de aprendizagem administrando um comportamento inadequado, como por exemplo, “ir mal” na escola, passando uma imagem negativa para que as pessoas achem que são “maus” e “estúpidos”.

Os problemas de aprendizagem são reações compreensíveis dos alunos neurologicamente normais, mas que são obrigados a adequar-se às condições adversas da sala de aula, dificultando a aprendizagem ou tornando-a confusa. Isso interfere na estrutura cognitiva e na imagem corporal, transformando os sintomas produzidos por um problema instalado durante o seu desenvolvimento em diferentes níveis de desorganização. Por isso, a maneira da escola ensinar, seu modo de explicar e a sua linguagem podem ser os verdadeiros responsáveis pelo insucesso do aluno em sala de aula.

É comum encontrar, no quotidiano escolar, muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas que passam a apresentar problemas de aprendizagem depois de submetidas a alguma situação constrangedora não percebida pelos demais: professores, orientadores, coordenadores, funcionários (aqueles que integram a equipe escolar) e demais colegas de classe. Neste contexto, é necessário dar mais atenção aos sintomas e às verdadeiras causas antes de rotular os alunos. Por outro lado, algumas escolas podem ou não ser adequadas a certas crianças. Tudo faz parte de um quebra-cabeça no qual se deve tentar encaixar a melhor proposta pedagógica à realidade de cada aluno, com flexibilidade de pensamento sobre o desenvolvimento humano.

Os problemas de aprendizagem indicam um movimento em que os alunos podem apresentar dificuldades em algumas disciplinas ou em algum momento da vida, além dos problemas psicológicos, como a falta de motivação e a baixa auto-estima. Um dos maiores danos que se pode causar a um aluno é levá-lo a perder a confiança na própria capacidade de pensar (Marques, 2009).

A auto-estima é uma sensibilidade que também é desenvolvida na escola, não só no ambiente familiar. Segundo Antunes (2003), a auto-estima está muito além de querer bem a si mesmo, é ter uma visão concreta e realista das limitações e das potencialidades que cercam um indivíduo. Quanto mais o indivíduo se conhece, maior é a possibilidade de adquirir a auto-estima. A auto-estima tem a necessidade de um ambiente socializante para ser desenvolvida. Paralelamente, tem no autoconhecimento a fonte para seu aprimoramento (Marques, 2009).

Nenhum comentário: